sábado, 9 de julho de 2011

Vai-e-vém

Já basta, não quero ir.
Me deixe, já disse, não vou.
Não insista, desista.
Não te levará a nada se continuares tentando.
É em vão, feito empurar porta vai-e-vém.
(Cuidado, pode sobrar na sua cara!)
Desista, vá embora.
Não demore mais aqui, é perda de tempo.
Eu não quero, me deixe.
Mas, só uma pergunta:
- Lá tem felicidade?
- De sobra!
- Então, me leve.

Um comentário:

  1. Tia Barbie,

    Muito lindo o seu poema.
    Uma prosa poética bastante amarrada, com o discurso condensado, focado, crescente e marcado por uma reviravolta no antepenúltimo verso. Uma peripécia (digamos) oriunda do expectro sentimental do eu-lírico.
    O monólogo inicial demonstra a necessidade retórica desse eu-lírico em convencer a si mesmo do que diz, mas este acaba por falhar em sua obra e por entregar-se a tentação do vislumbrar da felicidade.
    A solidão foi sucumbida ante o convite de uma vida mais plural(plural de dois, pois plural de um é um mesmo e este é justamente o plural do sozinho).
    Não hei de negar que o inesperado final, adverso ao desenrolar caminhado, me faz ganho pelo seu poema. Bela tacada!
    Adorei!

    Beijos!

    Dhú! =*

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